Queda
Confirmei hoje o que desconfiava há tempos
Novamente estive com os olhos úmidos demais.
E aquela sensação de descontrole nas maçãs do rosto
Com o maxilar trêmulo num movimento autônomo.
A compreensão disso tudo não era fácil para mim
Os meus dias, alegres até então, não me expeliam.
Não me socavam forte o estômago ou me estrangulavam
E eu passava, errando, os tempos de acertar tudo.
Hoje, depois dos dias da ira, caí.
Quem tem o tempo nas mãos não sou eu
O tempo é de Quem simplesmente o ignora
E faz tudo, necessariamente, correto e justo.
Um olhar marejado é comum de se ver
Pode ser de dor, amor, ódio de alguns ou de todos
Um olhar marejado sem explicação não existe
Mas é uma pena ser tão difícil à compreensão.
Depois de resistir muito, estou aqui prostrado
Mas pronto a começar outra campanha
Por Ele, por nós, minha vida e família.
Compreendi, hoje, que um dia todos caem
E contemplei, agradecido, o fato de ter caído
Percebendo que quanto mais caio mais alto fico.