Queda

Confirmei hoje o que desconfiava há tempos

Novamente estive com os olhos úmidos demais.

E aquela sensação de descontrole nas maçãs do rosto

Com o maxilar trêmulo num movimento autônomo.

A compreensão disso tudo não era fácil para mim

Os meus dias, alegres até então, não me expeliam.

Não me socavam forte o estômago ou me estrangulavam

E eu passava, errando, os tempos de acertar tudo.

Hoje, depois dos dias da ira, caí.

Quem tem o tempo nas mãos não sou eu

O tempo é de Quem simplesmente o ignora

E faz tudo, necessariamente, correto e justo.

Um olhar marejado é comum de se ver

Pode ser de dor, amor, ódio de alguns ou de todos

Um olhar marejado sem explicação não existe

Mas é uma pena ser tão difícil à compreensão.

Depois de resistir muito, estou aqui prostrado

Mas pronto a começar outra campanha

Por Ele, por nós, minha vida e família.

Compreendi, hoje, que um dia todos caem

E contemplei, agradecido, o fato de ter caído

Percebendo que quanto mais caio mais alto fico.

Natal
Enviado por Natal em 09/08/2007
Reeditado em 10/08/2007
Código do texto: T599653
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.