LUA SENSITIVA




Enquanto dorme a cidade,
a noite segue vagando...
Às vezes, triste esozinha
sem o seu teto estrelado.
Se não há estrela nem lua,
a noite não tem poesia...

Aparece uma garoa
e ela permanece fria,
sem encontrar um sentido
para vagar tão sozinha.
A noite se faz serena
quando a lua sensitiva,
brincando de se esconder,
por entre as nuvens e bela,
vai inspirando canções.
Chama a atenção dos poetas
que não conseguem dormir...

Abraçando um violão
aceitam ser convidados,
e prosseguem abraçados
a escrever mil canções.
Sem sono e enamorados,
caminham contando nos passos
enquando não amanhace...
Lentamente rompre a aurora,
e o Astro rei lhes aquece.

Devagarinho vai embora
tentará dormir agora,
e sonhar com seu amado
que quase nunca o vê,
para despertar depois
e convidar os poetas
a com ela passear
até outro amanhecer.