APELO À PA(Z)LESTINA
Não venha o verso
Nem a palavra poética!
É hora da musa silenciar seu canto
Para que todos os poetas berrem, se desesperem!
Que a humanidade chore a morte dos inocentes!
Declaro guerra aos artistas:
Estourem e disparem tintas, mexam-se!
Derramem cantos de Paz!
Encenem a tragédia que não cessa!
Fotografias de ruínas nos flashem!
Há farpas de ódio em toda parte,
Templos cercados de tanques e arames farpados!
E os olhos do terror devoram o tempo dos armistícios!
Turba, turbantes negros da intolerância,
A terra tem uma fome maior que a tua
E devora sem piedade!
Quem proclamará a Paz?
A Paz que se esconde de vergonha
E chora derramados rios de sangue,
Manchando-lhe o alvo manto.
Nem Alá, nem Jeová,
Nem Deus, nem Javé,
Nem Salomão, nem Abraão,
Nem Jesus, nem Maomé!
A Paz é só uma questão de amor,
Amor humano, fraterno amor!