APELO À PA(Z)LESTINA

Não venha o verso

Nem a palavra poética!

É hora da musa silenciar seu canto

Para que todos os poetas berrem, se desesperem!

Que a humanidade chore a morte dos inocentes!

Declaro guerra aos artistas:

Estourem e disparem tintas, mexam-se!

Derramem cantos de Paz!

Encenem a tragédia que não cessa!

Fotografias de ruínas nos flashem!

Há farpas de ódio em toda parte,

Templos cercados de tanques e arames farpados!

E os olhos do terror devoram o tempo dos armistícios!

Turba, turbantes negros da intolerância,

A terra tem uma fome maior que a tua

E devora sem piedade!

Quem proclamará a Paz?

A Paz que se esconde de vergonha

E chora derramados rios de sangue,

Manchando-lhe o alvo manto.

Nem Alá, nem Jeová,

Nem Deus, nem Javé,

Nem Salomão, nem Abraão,

Nem Jesus, nem Maomé!

A Paz é só uma questão de amor,

Amor humano, fraterno amor!

Marcos Cavalcanti
Enviado por Marcos Cavalcanti em 30/10/2007
Código do texto: T716486
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