Nenhuma Guerra

tomemos de assalto assustados

o mundo desarmado não faz guerra

descomunais raivosas assessorias

não deixem a noite cair sobre as crianças

desatem as correntes nucleares encasquetadas

apontem missivas e mitiguem os mísseis

todos os bons lugares e seus povos agradecem e engrandecem

o mundo todo é um jardim

cacemos as ervas daninhas

apocalípticas cantoneiras desmanteladas de dores residuais

assíduas e conturbadas dedicadas à paz

apelidaram o assassínio de apimentadas flatulências

embasbacados às pasmaceiras

chutando aos montes as mãos descarnadas

já que o fraco precisa da cena final para erguer-se à sombra do gol

e o sol segue o seu caminho intransitável

encafifado sob marteladas inaudíveis descoradas

vamos abençoar as boas novas

desarmando as velhas covas de seus fantasmas ideais

deveras não às guerras aguaceiras de coágulos contumazes

pois o mundo só quer se festejar de sonhos coloridos

e brincar à noite brindando o dia

sem armas e sem fardas

somente de olhares fixos em olhares mitos

para celebrar um novo amanhecer

sem mais a solidão sombria da incerteza

e vivendo a fortaleza de estar feliz

de mãos dadas todo mundo

enfrentando os medos mais profundos

e proferindo palavras de paz e de luz

aos quatro cantos com mantos azuis

e assim todas as harmonias e tranqüilidades nos invadem a alma

e nos consertamos de glórias e vitórias

pois há sempre a esperança da poesia amor

nas lembranças das crianças em seus olhos de inflorescências

serenidades inerentes de toda sorte em cartaz

amor e paz em exibição por todas as praças

inocências sintéticas de consternadas ribanceiras

divulgando metas retas de tamanho consolar

consubstanciando o mundo desfilando sóbrio

de pés descalços e soltos os laços

pois não mais existem amarras

e nenhuma guerra restou

graças a deus

Carlinhos Pink
Enviado por Carlinhos Pink em 11/12/2005
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