SEM MÃOS

Hoje abri o anel de prata. Nele não havia você, era oco...

e vazio ecoava.

Nem perfume... nenhum odor exalava.

Vi num filme banal, que o pranto não seca a dor.

Deduzi que molha a alma encharcada.

Também sou banal!

Quando bati em sua porta não mandei ninguém por mim!

Mas mesmo assim não fui eu, era a idéia...

Foi aquilo que vi de longe, enviado por ti.

Então quem bateu foi você.

Meu passo chega a ti. Mas me sinto com talidomida,

sem mãos.

E como um palíndromo, recebo o que sai de mim.

Leio de trás pra frente. Dá no mesmo

E não é tão bom!? Mas são apenas gestos distantes.

O que é angústia?