Saudade
a Ana Amélia
Nas despedidas fica sempre um fluido.
Fica sempre um pedaço de luz entre os dedos.
Escorre-se a languidez da brisa.
Lacrimejam-se saudades,
Habitam no silêncio da alma:
choro e felicidade.
Ficam as lembranças de uma dose de humor.
Fica uma pitada de dor.
Escorrega-se o saber do sábio.
Com o rosto em pranto,
Ergue-se na memória uma cor azul.
Um frio estranho fica.
Depois calor...depois música...
Acaba-se, então,soprando flauta.