CÚMPLICE NA NOITE

Bruma da madrugada que me segue os passos,

Reveste meu rosto de enigmática realidade.

Cúmplice na noite dos atos soturnos e lassos,

E o que tinha sentido uno, agora é dubiedade.

Bruma lúbrica, me rodeia deitada,

Rolando na sombra de uma cama devassa.

Me afrouxa... me aperta! essa pintura borrada

És nascida da noite fria, de vida escassa.

Meus passos são ligeiros, o pensamento

É estático. Da solidão te alimentas

De cansaços trêmulos te embriagas

Resistes ao nascer do sol, meu alento

Sobrevive nas sobras das encostas frias

Quando o sol se vestia e devagar, a noite se despia.