Saudades de Deus

Ao poeta Daslan de Melo Lima

Às vezes fico a pensar

Que à tardinha, quase sempre

O homem se deprime.

Será o caso do ocaso

Ser a moldura do descaso?

Será que a morte do sol do dia

Leva consigo a alegria

Deixando melancolia e o afã

Que incomoda meu amigo Daslan

Extraindo-lhe poesia embora

Deprimido

Nas suas sombrias tardes

De domingo?

Mas creio, meu querido amigo

É que lá no Éden, na criação

Toda tardinha, a Bíblia diz

Que era a hora da visitação

Quando Deus se encontrava

Com a criatura

E o homem via a Sua formosura

E a Sua “imagem e semelhança”

Enchia seu coração de esperança.

Porém um dia o homem pecou

Com rebeldia e egoísmo se sujou

E teve como condenação

Do Todo-Poderoso a separação

Por isso é que à tardinha

Quase sempre

O homem se deprime

Com saudades de Deus.