Versos tardíos pra ruas antigas.

As pedras

de minhas antigas ruas,

traçam paralelos

em desencontros.

Por seus relevos

em desalinhos,

meus jovens passos

passearam.

Hojé já não há

passos crianças,

apenas um arrastar

lento e dorido.

Nos entrevãos

das esquinas,

meus olhos semicegos

procuram janelas

e portas,

testemunhas de meus

sonhos.

Já não sou um alegre

transeunte

nas ruas de minha cidade.

Agora apenas um estranho

passante,

que deixou seus sonhos

em velhos escaninhos

esquecidos.

As ruas,

que assistiam meus jovens

anseios,

não escutam mais os suspiros,

e se quedam ante meus gemidos

insepultos.

Essas pedras,

já não me levam

por caminhos sonhados,

e que hoje sobrevivem

apenas na memória

encanecida.

resta-me apenas,

como nauta á deriva,

redescobrir meus velhos

passos, e poeta cansado,

deixar-me levar por suas

novas ruas, poesilhando

meus versos tardíos.