A traição do espelho! “Ilusão”.

O reflexo no espelho, o seu cheiro no ar, eu sinto o toque da sua mão, que vagarosamente, desliza em meu rosto, sua imagem, tão perfeita, seu sorriso maravilhoso, eu sinto o toque de suas mãos, em meu corpo! Você sussurra baixinho em meus ouvidos, quase não consigo ouvir, olho, e vejo o vazio do meu quarto, viro ligeiramente para o espelho, você esta lá, sorrindo, como um anjo, sua mão sai do espelho, e desliza em meu rosto, mas dessa vez, não consigo sentir o seu toque, viro novamente e, você não esta lá, olho o seu reflexo, ele esta desaparecendo, era uma visão, você não esta ali, nunca esteve, saio a sua procura, corro toda a casa, não consigo te encontrar, em lugar algum, você desapareceu, mas ainda sinto seu cheiro, e mais uma vez, sinto seu toque, mas não o vejo você esta aqui, eu sei que você esta, sinto a sua presença, mas a solidão toma conta de mim, bate o desespero, naquela hora como sofri, de certa forma também desapareci, o meu único desejo, a sua presença, você não esta aqui, agora só a solidão, o seu reflexo, seu cheiro, seu toque, já não existe mais, existe apenas um grito, um grito de medo, de solidão, um grito que ninguém é capaz de escutar, um grito que me ensurdece, e que me faz incapaz de ouvir qualquer coisa, apenas o grito da solidão, o desespero tomou conta de mim, estou totalmente sem chão, sem vida, estou a andar pela casa, desesperada, a sua procura, olho o espelho, você não aparece novamente, pareço querer entrar a sua procura, não consigo, parece ser o fim do mundo, você sumiu, sem deixar vestígios pra que eu possa te encontrar, do espelho pra dentro da memória, a sua imagem puçá junto com o meu coração, levei horas em frente o espelho, implorando que voltasse, mas não voltou, e eu fiquei dias a olhar o espelho, e a imaginar a sua presença, já me sinto cansada, meus olhos estão pesados, preciso dormir, mas tenho medo de dormir e você voltar, e eu estar dormindo, eu quero ver novamente, mas não resisto, e pego no sono, e você logo vem em meus sonhos, suave como o vento, sinto as suas mãos que acariciam meu rosto, enquanto durmo, você beija levemente meus lábios, e diz: “Minha linda, tenho que ir”; no desespero de te perder de novo, acordo, e você; você não esta mais lá, sinto o cheiro suave do sue perfume, que parece ter entranhado na minha pele, vejo o espelho, você não esta lá, mas o espelho esta perdendo o brilho, conforme o perfume desaparece, o espelho vai ficando cada vez mais, cinza escuro, agora sinto medo, sinto que dessa vez, você não mais voltara, a minha vida não tem sentido sem você, mais dessa vez eu sinto, você não volta mais, eu o perdi, agora só me resta a solidão, o quarto vazio, o grito profundo e sufocante, só me resta o que não irei suportar, tua ausência… Tenho que me sentir perto de você, e se você não faz parte desse mundo, a única maneira, será eu também não fazer, uma decisão tomei… Vou com você.

Saio do meu quarto, e me direciono a cozinha, não consigo ver ninguém a minha frente, apenas uma faca, uma faca que me chama atenção, parece olhar pra mim, uma faca pequena, que parece me encarar. Pego-a e levemente, apunhalo meu peito, pareço estar adormecida, não sinto dor, e alguns minutos depois, vejo sangue a escorrer pelo chão, há um corpo sem vida, estendido no chão, e o meu, mais já não me pertence mais, por alguns instantes, fico a me observar, ali sem vida estendida no chão, já morta por completo, percebo algo diferente, e minha família que estão ao meu redor, todos estão em pronto, bem, eles estão perto do corpo, eu estou logo atrás deles, mais ninguém me ver, só tem olhos para o meu corpo, eu vejo minha irmã ir ao telefone, fez uma ligação rápida, tem algo que não consigo entender, já tem alguns minutos que morri, mas ele, ele não apareceu, porque, teria que ter vindo me encontrar, mas não veio, será que eu teria que ir encontrar ele, mas onde, eu nem sei aonde ele esta, de repente todos vão para a porta, parece ter chegado um carro, alguma coisa assim, mas eu não ligo, continuo a observar meu corpo no chão, já não consigo enxergar bem, a lua que ilumina a cozinha, parece ser muito forte para os meus olhos, percebo que alguém se aproxima de mim, ou melhor, do meu corpo. Não! Não! Não pode ser não consigo acreditar, como pode ter acontecido isso comigo, não acredito no que estou vendo, não pode ser, e ele, mas como pode, apareceu em uma visão para mim, estava morto, eu o vi, eu tento falar com ele mais, ele não me escuta, minha mãe ela deve me escutar, não, ninguém, ninguém pode me ouvir, pois não faço mais porte daquele mundo, mas ele, ele sim, ainda faz parte, como pude me enganar tanto, eu estava doente, só pode, com alguma crise psicológica, como posso ter feito isso comigo… estou desesperada, quero voltar, afinal, só morri porque queria estar ao lado dele, com ele, olho imediatamente pro meu corpo, me deito sobre ele, mas não acontece nada, não adianta mais, não consigo voltar, e tarde demais, agora sim, a única coisa que vejo, é o pranto dele, aquele sorriso que me levara á loucura, e à morte, já não existe, eu também estou desesperada, mas não adianta, nunca mais sentirei o seu toque, agora estou abraçada com ele, mas ele não sente o calor de meus braços, nem minha presença, só agora percebo o quanto fui traída, pela minha própria visão, falha na minha mente. Talvez a minha fraqueza, não importa mais o que aconteceu, nada a fazer para sentir aquele toque novamente, e agora percebo, que querendo me aproximar, fiz com que, me distanciasse cada vez mais, me distanciei para sempre, e agora, nunca mais o terei em meus braços. Nunca mais…

Autor (@):Daiane Garcia *eumesma

20 de fevereiro de 2006

Daiane Garcia
Enviado por Daiane Garcia em 11/05/2009
Reeditado em 17/10/2019
Código do texto: T1587550
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