TEMPO DE CRIANÇA

 
Lembranças dos tempos idos
De tudo o que já passou
Daqueles dias bem vividos
Que minha memória guardou

O tempo finge não passar
Pra manter viva a lembrança
E vê a saudade transpassar
Querendo também ser criança

Naquele tempo de criança
Ao notar que iria chover
Pra mim era uma festança
Que estava pra acontecer

De pé, frente a uma janela
Lá, eu ficava observando
Cair chuva numa gamela
E as formiguinhas voando

Certa vez assim eu estava
Olhando uma enxurrada
Notei que ali algo rolava
Numa pressa moderada

Logo vi que minha bola
Na água estava boiando
E gritei bem alto: beiçola!
O que tu estás levando?

Fui olhar minha oficina
Que antes a tinha feito
Vi que estava em ruína
E eu sem poder dar jeito

As águas tinham levado
Tudo o que nela estava
Eu fiquei muito irritado
E aos prantos protestava:

Chuva, fostes mui ingrata,
Ao fazer isso comigo...
Tomara que Deus te bata
Ou então te dê castigo

Tu levastes o que havia
Na minha frágil oficina
Mas eu jamais pensaria
Ter isso como uma sina

Portanto, vou te implorar
Não me faças sofrer mais
Jamais me faças chorar
Não sejas cruel demais

Bons amigos, sempre seremos
Sem  um “adeus” de despedida
E bem tranquilos seguiremos
Cada um com a propria lida

 
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 20/05/2006
Reeditado em 25/06/2020
Código do texto: T159751
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