DISFARCE

DISFARCE

Creio o amor que valeu nunca morre,

ele até se recolhe

a um estado de latência inofensiva

e permanece obscuro

por quanto tempo durarem as estações.

Mas toda vez uma música

ou um fato especial

acionar a corda da memória

haverá um nó infesto na garganta

e um gosto de lágrima

a rondar os olhos

pronto a revolver o tempo,

tão longe... tão perto e igual.

Como se o sentimento remoto

tivesse vencido as agruras do caminho

e, por disfarce, ficado apenas adormecido

no entreposto da saudade.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 25/06/2009
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