Num dia como esse

É num dia como esse, quando chove de madrugada

Acordando com o barulho da água no asfalto debaixo das rodas do carro que lá fora passa

Os pássaros não vieram cantar na janela, e está frio

Fica frio dentro de casa, no quarto, perto da janela aberta

O frescor do banho lembra a chuva que caiu há pouco

Ainda está frio, que bom a coberta

Andando pela rua, seguindo o caminho pra mais um dia de labuta,

De dura luta, piso na poça que a água da chuva deixou ali

Mais rapidamente é preciso andar pra não perder a hora

E o nublado do céu avisa que mais tarde pode chover de novo

Menos ou mais, sem parar, aos poucos...

As pessoas estão saindo, entrando, correndo atrás de ônibus

Subindo, descendo, ouvindo, falando, esperando chegar em algum lugar cedo, ou, atrasados demais

E já nem sentem mais o frio

O sangue esquentou com a pressa, com a distração

As imagens passam por elas, não existe percepção

Num dia como esse, não dá pra perder tempo

O tempo inimigo das horas que demoram, que não param

O frio começa a chegar na tarde que vem devagar

Anúncio de trovões e relâmpagos no céu, no ar

Vento forte que descabela, que rasga o rosto, que carrega o corpo

Chuva, frio, vento, tempo, pressa

Num dia como esse, que saudade é essa?

Erika Soares
Enviado por Erika Soares em 21/08/2009
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T1765978
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