GOTAS DE ORVALHO

Sól que aponta majestoso e belo,

Lá bem longe num espreguiçar sereno,

Vai erguendo sua majestade bonita,

Sem pressa como traçando seu rumo,

Para um novo dia começar,

E raios de luz como que num bocejar,

Vai soltando despertando sonolências.

Gotas de orvalho pendentes dos galhos,

Parecem de longe jóias esplendorosas,

E choram as saudades de suas belezas,

Pois tão curtas foram suas existências,

Lágrimas que escorrem e depois se extinguem,

Diante da majestade do astro-rei que passa,

Aquecendo quem delirou na madrugada fria.

Campos se cobrem de gotículas faiscantes,

E a natureza se encanta com suas belezas,

Pois num despertar de todas as vitalidades,

As gotas de orvalho são sempre as mais belas,

Como se jóias trabalhadas por hábeis artesões,

E quem contempla a madrugada se indo,

Se extasia diante de magníficos cenários.

Saudades que me trazem doces lembranças,

Pois fui contemplativo dessas doces belezas,

Cenários que presenciei no surgimento da auróra,

Ao despertar preguiçoso sem temer o sereno,

Da garoa gelada que cai de mansinho e em transe,

Parecendo um manto branco estendido do céu,

E aos poucos se dilui na passagem do sól.

24-08-2009