COLECIONO SAUDADES

Sou colecionador de saudades

que no baú velho vou guardando

enquanto o cabelo vai pintando

a pele enregelando

os dentes amolecendo

a voz enfraquecendo

a visão diminuindo

o desejo esmaecendo

as pernas cansando

o olhar se perdendo no silêncio

e ouvir é uma dificuldade.

Em todas elas uma historia

de tristeza e alegria

de dor e prazer

um pedaço do meu viver

formando o grande retalho

de uma existência

que vai sumindo como a brisa

secando como no deserto

diminuindo num sorriso esquecido

e os dias vão se passando

cada vez mais depressa

o tempo não espera

que as saudades

juntem os pedaços dessa vida;

vou colecionando por aí

restos de sorrisos

e fragmentos de saudades,

ah, quantas lembranças ficaram.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 20/09/2009
Reeditado em 20/09/2009
Código do texto: T1820329
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