POEMA SEM SENTIDO

Ah, se eu pudesse voltar

por entre sonhos passados!

Eu sei, jamais esperava

não ter tido os meus cuidados.

Vago, por essa avenida

misturada aos espantalhos.

Bebo o sabor de um suicida

tendo a cabeça entre galhos.

Eu amontoarei meus versos

- mesmo já tendo partido,

fingirei os teus regressos

num poema sem sentido.

Agarrarei o teu rosto,

- do teu corpo me aproprio,

comerei desse teu gosto

no sabor de um arrepio.

Como não te amar agora?

Pede mimo eu dou amor,

extasiados, como outrora,

sob um fogo abrasador.

Como se fosse a primeira

da pedra não lapidada,

armadilha derradeira,

eis a gota derramada...!

Tudo faço sem ter nexo,

te escrevo com mão vazia

pra te ler entre meu sexo,

nessa pobre poesia.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 16/10/2009
Código do texto: T1870483