O RIO E VOCÊ

O rio corta a cidade,

como a imaginação avança

silenciosamente...

Entre tantos paredões e azulejos,

mal desenhados e riscados,

surge uma imensa mágoa

- a de ter ficado para trás.

Atrás dos luminosos,

covardemente se negando,

deixando de aprimorar seu espaço.

E o rio prossegue seu curso,

ora barrento, ora turvo,

perpendicularmente destoante...

A vida se irradia nas margens

de quem mesmo assim

se deixou passar, intolerante,

e permitiu-se alguns dias sorrir

docemente.

São Paulo, 28 de outubro de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 28/10/2009
Reeditado em 28/10/2009
Código do texto: T1891768
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