A VENTANIA
A VENTANIA
Que incrível ventania
que veio de onde eu nem sei,
levou, pra minha agonia,
os sonhos bons que eu sonhei.
Levou a minha alegria,
e os abraços que eu não dei.
Ah vento cruel, daninho!
Carregou meu grande amor.
Deixou-me só no caminho,
tolerando a minha dor.
Jogou-me no peito espinho,
qual dardo perfurador.
Desfolhou o meu caderno,
e meu poema levou.
Aquele verso, tão terno,
que aquela musa inspirou,
com juras de amor eterno,
também pra longe arrastou.
Soprou, soprou com maldade,
provocou agitação.
Foi de cidade em cidade
causando preocupação.
Só não levou a saudade
guardada em meu coração.