Na Fazenda Onde Nasci

Após sofrer desenganos

Da vida triste em cidade

Senti imensa saudade

Daqueles antigos anos

Perdi pros meus próprios planos

Minha alegria, minha paz

De lidar com animais

Pois com gente não aprendi

Na fazenda onde nasci

Nem curral existe mais

Ver meu avô no berrante

Sobre o cavalo Canção

Alegrava o coração

Era muito deslumbrante

Com sua voz estrondante

De aboios sem iguais

O gado ia todo atrás

Não sei por que eu parti!

Na fazenda onde nasci

Nem curral existe mais

Acabou-se todo o gado

Que meu avô possuía

Acabou-se minha alegria

Só me restou o enfado

De viver desenganado

Entre carros e sinais

A violência é demais

Na vida que eu escolhi

Na fazenda onde nasci

Nem curral existe mais

O boi comendo capim

A vaca bebendo água

Oh, como é imensa a mágoa

Que trago dentro de mim!

Vovó me dizendo assim:

- Obedeça aos seus pais,

Estude mais, corra atrás

Quando voltar tou aqui!

Na fazenda onde nasci

Nem curral existe mais

Mas vovó não me esperou

E eu me sinto culpado

Vovô, já adoentado

Do gado se separou,

O que tinha se acabou

Desde as selas aos currais

Sei que não volta jamais

Tudo aquilo o que eu vivi

Na fazenda onde nasci

Nem curral existe mais

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 29/12/2009
Reeditado em 26/01/2010
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