SORTE PAGÃ

SORTE PAGÃ

Em um lugar bem distante

Conheci uma mulher

Dona de um lindo semblante,

O que qualquer homem quer.

Ó destino alucinante,

Nenhuma chance sequer!

O mar é grande, eu bem sei,

Porém a concha transporta.

Das terras por onde andei

Só a saudade conforta

O fato de não ser rei

Num reino que o pobre aborta.

Deste jardim encantado

Lembrando a flor, eu prossigo.

Meu sangue corre, encarnado,

Sangue bom, um sangue amigo

Ao bagaço comparado

E visto como inimigo

O sol não para ele gira

E surge um novo amanhã.

Tudo ilusão e mentira,

A minha sorte é pagã.

Eu choro na minha lira;

Eu sou velho, ela anciã.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 29/12/2009
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T2001585
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.