NA MOLDURA DO SOL POSTO

Põe-se o sol mas não é noite ainda

A tarde vai levando o dia pela mão

Vaidosa se vestiu de dourado, linda!

Deixou meu olhar lembrando com emoção.

Nos derradeiros momentos deste olhar

Que sorveu tanta luz, o tempo parar.

Na moldura do sol posto

Lembrar, um sonho chamado infãncia

Os traços do rosto,

Agora esbatidos na distãncia

Ainda o verde terra nos olhos surgindo

E raios de Sol ainda a espreitar.

Na noite que vem vindo?!

Um sonho, um outro ainda sonhar.

Aconchegar-se às estrelas

Empoleirar-se em segredo,

na noite escura.

De palavras singelas,

o sonho afrontar de alma pura.

Rever-se ainda nesta moldura.

Porque o coração jamais olvida!?

Que a meninice o olhar guarde.

Para que não seja esquecida,

Os dez réis de gente.

Estrela perdida.

E a recorde sempre

No encanto d'outra tarde.

natalia nuno

Dez réis de gente, me chamava com ternura minha

avó.