SABIÁ

Quem te vê cantando

n'um leve toar

belo

Quem te vê voando

n'um leve voar

calmo

Quem te vê pousando

n'um leve pousar

suave

Quem te vê bicando

n'um leve picar

tranquilo

...

Não sabe, Sabiá, que um dia

meus olhos te perseguiram

por entre as matas

e, mais que antigamente,

quero ver-te toar

quero ver-te voar

quero ver-te pousar

quero ver-te bicar

Só prá sentir a satisfação

de saber que consegui errar

tão nobre alvo

e que ainda cantas

na minha terra natal

Poemas encontrados vasculhando material guardado a sete chaves, escritos em 1974, quando vivia em S. Paulo/SP, vindo de Marília. Época em que fui "cutucado" pela ditadura.