Perfeição

Não pude chamar de perfeita

A noite que tivera,

Repleta de emoção, e falta,

E da certeza de que ali me curava

Parcialmente de ti.

Por onde andei

E a noite passava, vã,

Fria, nua,

Despida de pudor;

Como você.

E o vento batia,

As naus agitadas,

A lua deitando,

O rio correndo em busca do mar,

Eu sentado n’areia, só,

Sem ter o que esperar –

E nunca tive -.

O silencio sussurrava

Em tons lentos, fracos,

Quase apagados

Intimidado pelas palavras

Que eu sussurrava

Falando de desejos.

No torpor da saudade

Adormeci,

Coberto de areia e dor

E da impossibilidade

Da tua falta e teu amor.

Amanheci,

O Céu estrelado,

As nuvens extintas

O vento gelado

E as frases distintas

Que eu tinha inventado

Na busca d’um sonho

Que fiz em algumas horas

Pra te ter feliz, plena,

Ausente de dor

Cóleras, acusações, confusões

Marcados em nossa história.

Fim de noite.

Aurora gritante,

Imponente, denunciadora.

Diferente de mim

A natureza não mudara;

Permanecera constante,

Com a certeza

De um novo dia raiar.

Thales Santos
Enviado por Thales Santos em 12/03/2010
Reeditado em 12/03/2010
Código do texto: T2134414
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