UMA NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

O meu bairro tem cajueiros

Onde cantam os passarinhos

As aves que aí gorjeiam

Sabem muito mais de mim.

Na solidão da noite

Ao luar, eu muito lânguida

Vivo à espera noctívaga

De uma vaga mudança.

O meu bairro tem cajueiros

Onde gangues marcam suas vítimas

São tantas as lágrimas

O nosso pranto é sem fim.

Do pesar cá no meu peito

Essa é a tônica afim

Não permita Deus que eles morram

Sem encontrarem o Seu caminho, Pai!

Como há tanta crueldade

Prefiro caminhar por Sua estrada

Nesta terra, há atrocidade

Que até Deus duvida.

O meu bairro tem cajueiros...Uuuuuui!

Viver não tem mais razão de ser

Tudo está tão esquisito

Não adianta viver.

Deus permita, volte a tão sonhada paz!

E não soframos jamais

Os malandros estão às soltas

Eu e meus vizinhos presos em masmorras.

Essas aves são símbolos de nova esperança

A paz vigore os nossos corações _

Nos lares de cada morador do Bessa! _

Arremato. Os seus Ninhos de amor tragam-nos nossa infância perdida!

Visse?Na Praça do Caju, as famílias sejam felizes

Troquem todas as figurinhas

De paz e felicidade

Empunhem a bandeira da humildade.

O meu bairro tem primores

Cada dia muito melhor

Que meus netos não sofram nenhuma dor

Nem tão pouco tenham dissabores.

Pois o Bessa é demais

É o point do futuro

Muito próspero...

Que fique na santa paz.

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 17/03/2010
Código do texto: T2143301