O que nos restou

Quando a sombra toca o ar,

uma nuvem de suspiro se acentua

- um breve vestígio de apego

ao passado, às lembranças, aos amados...

Sussurro fugaz entre os resíduos

que a marca do tempo desprendeu.

Ficamos atônitos em olhar

as reminiscências que devastaram

nossos corações, nossos ideais...

e nos perdemos inconstantes e vazios,

como espectros destoantes, ilusórios.

Fomos arrancados de nossos pensamentos,

ficamos estolidamente abandonados

em busca de nossa essência e talento...

Em meio a tanta desolação, nos restou

a saudade que guardamos graciosamente

no mais profundo de nossas almas.

São Paulo, 30 de março de 2010.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 30/03/2010
Código do texto: T2168106
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