Bailam-me as palavras

Bailam-me palavras na mente

Bailam como que embriagadas

São como água que corre contente

Fluída e fresca nas madrugadas.

E assim, por aí as vou deixando

Sigo confiante!

A tristeza elas me vão quebrando

À felicidade de tê-las, nada é semelhante.

Minhas palavras não têm fronteiras

São torrente de rio caudaloso

São meu grito, minhas companheiras

Tristes, ou alegres do meu eu saudoso.

Não calam a emoção

Deste meu pensamento livre

Nas asas trazem a ilusão

Da andorinha que em mim vive.

Minhas palavras saem em procissão

Vêm em andores de alegria ou tristeza

Palavras que me dão a mão

Têm aroma de rosmaninho, dele a beleza

Rezo-as na ermida

São labaredas da candeia acesa

Da infância perdida.

Saem do coração delirantes

Diamantes por lapidar

Às vezes gritantes

Com desejo de rimar

Trazem a raiva

O amor,a força e a serenidade

Não querem que ninguém saiba

Que estou morrendo de saudade.

natalia nuno