OS TEMPOS DE OUTRORA

Vim de um tempo distante, que na estrada deixei

Porém na via da vida, um outro eu alcancei,

E juntos na caminhada, pelo mundo avancei!

Nas recordações vividas, sobre o tempo de outrora,

Me vêm melancolias, e minha alma até chora,

Por saber que aquele tempo, no passado foi embora!

Era um tempo bom, que ao amor comandava,

Os homens se entendiam, e a paz sempre reinava,

Mesmo nas dissidências, sua força dominava!

Os domínios do bom tempo, à vida dava prazer,

Os infortúnios da lida, demoravam a acontecer,

Era um tempo em que a discórdia, não tinha seu proceder!

No avanço da estrada, pela qual aqui cheguei,

Em companhia do tempo, ao qual eu acompanhei,

Passei por muitas agruras, e dele sempre apanhei!

Ele é um tempo moderno, que aos velhos não dá valor

Avança muito depressa, pois tem força e vigor,

Assim deixa para trás, quem para pra ver a flor!

A saudade do passado, daquele tempo querido

Trás ao poeta lembranças, e sentimento doído,

Pois a estrada da vida, só tem a frente o sentido!

O tempo atual é feio, e cheio de crueldade,

Não perdoa quem atrasa, nem ajuda a humanidade,

E vai firme no horizonte, em sua ociosidade!

Oh! Que saudade tenho, daquele tempo amigo,

Perdoava o ofensor, e não tinha inimigo,

E procurava livrar, quem estivesse em perigo!

O de agora é apressado, embora sem ter destino,

Mas oprime a humanidade, desde o velho ao menino,

Do passado ele é inimigo, seu futuro é o crime!

Só Deus para nos livrar, das garras desse dragão,

Pois ninguém por si, jamais, tem dele a libertação,

Pois estão nele amarrados, com cordas de perdição!

Que Deus, o Senhor dos tempos, Tenha de nós piedade

E nos liberte desse, que há na atualidade,

Pois se isso não ocorrer, só haverá mortandade!