VEM DEPRESSA

Ela já me avisou que a minha situação está meia embaçada mas logo sai do casulo

Explica-me que ainda estou na prisão

Mas já sinto a brisa

À porta do casebre miro as pedras do caminho

Tanta irregularidade como joga de maré

Observo a outra na janela

Tão suave e comedida mesmo com aquela sensação de bem estar

Eu aqui a ver navios sem terra à vista

Guardada em pó de arroz

Ela voa como um pássaro rodopia a meia volta

Assentada neste banco busca o outro encontro a mim

Refletida no espelho

Com três faces a me olhar

Quem sou eu quem é tu quem é ela

Ela vem correndo me avisar

Breve chega para ficar

Na forte brisa sinaliza

Vem depressa liberdade estou morrendo de saudade

Neuza Ladeira
Enviado por Neuza Ladeira em 22/07/2010
Código do texto: T2392714
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