VEM DEPRESSA
Ela já me avisou que a minha situação está meia embaçada mas logo sai do casulo
Explica-me que ainda estou na prisão
Mas já sinto a brisa
À porta do casebre miro as pedras do caminho
Tanta irregularidade como joga de maré
Observo a outra na janela
Tão suave e comedida mesmo com aquela sensação de bem estar
Eu aqui a ver navios sem terra à vista
Guardada em pó de arroz
Ela voa como um pássaro rodopia a meia volta
Assentada neste banco busca o outro encontro a mim
Refletida no espelho
Com três faces a me olhar
Quem sou eu quem é tu quem é ela
Ela vem correndo me avisar
Breve chega para ficar
Na forte brisa sinaliza
Vem depressa liberdade estou morrendo de saudade