UM BARCO DE LUZ
na polpa da erva, a perna
tensa junto á estrada
a casa levemente
a porta a abrir
sustenho
a amora sobre a mesa
á entrada da erva doce
o néctar, deslizam os
meus dedos na pura
água
tenho ainda a polpa
viva da casa sensível
por uma égua de
paciência chegarei
a tempo
a perna bem alto na
parede no abraço da luz
inclinado fica o céu
sobre um salto fatal
no instinto do galope
rápido
as costas amplas e vastas
como a égua tensa na
estrada da lua, a porta
roda na erva
um barco de luz nova
já parte do teu corpo
para o deserto branco
da saudade
José Gil
http://dialogosdogil.blogspot.com/
http://dialogosdogil.blog-city.com/