Por opção
sou inconstante por natureza
e só, por opção;
vivo procurando alguma certeza
na mente, na alma, no coração.
poeta sou por insistência
e largado, por opção;
vivo procurando alguma consciência
ao escrever sobre minha falta de razão.
"que pena, que desperdício
tinha uma vida basicamente normal!”
não resisti à vertigem do precipício
da busca pelo significado do que seja real.
achava-me forte
porém bifurcações provocaram desalinho:
saudades feriram-me em profundo corte –
agora à cura: sozinho!
coragem ainda me falta
para encarar o que esteja lá fora:
vencer o medo à minha volta
pois se não a cabeça estoura.
estou preso dentro de mim
como um grito que foi abafado;
ninguém aguenta viver assim:
com a mente confusa, angustiado.
o tempo é o senhor da razão
conforta ou machuca por opção!
um dia terei liberdade
no verso tardio na realidade.