TRAGO UM RIO DENTRO DE MIM

Trago um rio dentro de mim

Vem de longe, faz tempo este rio

Trago um sonho danado sem fim

E vou recordando para esquecer o vazio.

Trago um rio dentro de mim

E o caudal é a saudade

Brota nos meus olhos sem fim

E é sonho entrelaçado com a realidade.

Trago as mãos cheias de nada

E meu coração palpitante

Desfolho palavras desinteressada

Que são pégadas numa areia distante.

Trago a vida transmudada,

De alegrias em tristezas...poesia fora de moda

Assim sigo ignorada, desta terra despegada

Perdida num vento que me tráz à roda.

Poesia amarga a minha, mas sentida

Com o perfume campestre, selvagem,

que é meu predilecto, cheiro de rosa atrevida

espalhado pela aragem.

Desenterro recordações, nevoentas

Que são de todo o tempo por mim achadas

Junto as pontas da vida, já poeirentas

E escrevo, escrevo, sobre pequenos nadas.

natalia nuno

rosafogo