SAUDADES DE UM ACIÃO
Ancião sente saudades
E são tantas estas saudades,
Que, ao descrevê-las a alguém,
Seja aos poucos, lembrando bem.
Vêm-me à mente, neste momento,
As grandes orquestras de outrora,
Com vinte, trinta elementos,
Bem diferente de agora !
Os táxis, geralmente pretos,
Tinham o nome de carros de praça,
Todo jardim tinha um coreto
E uma fonte na praça.
As cidades interioranas,
Mesmo que fossem pequenas,
Tinham quermesses, gincanas,
Pipoqueiro e cinema.
Nas ruas, não podia faltar,
O " footing " animado,
Um constante desfilar,
Para arrumar namorado.
O flerte, hoje paquera,
Havia, com muito decoro
E esta atitude era
O início do namoro.
Lembro-me muito bem,
Dos circos e seus palhaços
E como hoje não tem
As famílias nos terraços.
Das serestas animadas,
Como era bom participar !
Encantava a namorada,
Tentava aos pais agradar.
Os pileques da moçada,
Bater papo ao luar,
Cartas para a amada
E tirá-la pra dançar.
Tenho que ser saudosista,
Pois há muito a recordar,
De lembranças, grande lista,
É só a mente forçar !
Auro.