Campainha

Mineiros finalmente resgatados

Após dois meses de tragédia em pleno Chile,

Enquanto a vida que nos cria de bom grado,

Remonta origens ao repúdio do desfile

Segregado por segregar.

O valor ao homem vencerá!

O mundo retomando a auto-estima,

Meu eu desmoronando por você.

O corpo do horizonte — ardor do clima —,

Apaixonado pelos ventos do nascer.

Mas a despedida é tão doída...

A cada toque dado pela campainha

Penso ser você

Corro pr’ atender

E a decepção toma conta do meu ser.

Cadê você que não atende ao meu chamado?

Não entendo seu estar certo tão errado.

Nem mesmo o seu transporte retornara

Transportando sua vida à minha fala.

Olho o tempo todo às janelas —

Real e artificial —

Cadê você que não atende ao meu chamado?

Não entendo seu estar certo tão errado.

Liguei a algum lugar à esperança de notícias

Que obtive pela graça da vitória

Aterrissada em minha mente de conquistas

Em que gravo nossos passos pela “stória”.

E ao ligar à sua casa, fico envergonhado —

Desligo o telefone só por ser o namorado

Que acredita na mudança de um ser,

Que acredita na Justiça do saber.

Ergamos nossas mãos às nuvens negras

Separadas ao destino por cabeças

Alistadas a roubar algum sorriso

Das venturas de um moço tão menino.

Composições de primeira viagem —

Tão confiáveis quanto ausência de miragens...

Esperei você voltar...

Não entendo seu estar certo tão errado.

Cadê você que não atende ao meu chamado?

Nem mesmo o seu transporte retornara

Transportando sua vida à minha fala.

Percebo haver três vidas

Pulsando em meu interior

(Talvez quatro),

Enquanto o diagnóstico é estar ao seu dispor.

A cada toque dado pela campainha

Penso ser você

Corro pr’ atender

E a decepção toma conta do meu ser.

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 30/10/2010
Código do texto: T2586381
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