Flores na tumba de um Vasco..
Exceto as da imaginação
Havia perdido todas as batalhas
Uma tarde de chuva nos contou,
Vencido, que jogava a toalha
E ninguém lhe creu.
Mas este dia não ia de farra
No dia seguinte conseguiu uma corda
E em lugar de rezar uma oração
Mandou o mundo a merda.
E da árvore mais alta se pendurou.
Devia quinze meses de aluguel
Deixou de herança um verso de Neruda
Uma xícara com barquinhos de papel
flutuando no café.
E uma guitarra clássica e viuva.
O pouco que tinha investiu
Em um osso de luxo pro cachorro
E pagou a vista a maior corôa que encontrou
Para que houvesse flores em seu enterro.
Era o rei do aceite de hachis
E lhe excitava mais roubar um banco
qu o maio de Paris.
Pela rua o vi a ultima vez
Com seu ar melancólico e murcho.
Ao olhar o menu de um cabaré:
Comida, meu prato favorito!
Gritou só de sacanagem.
Ontem fez dois meses que se foi
Ao bairro que esta atrás das estrelas
A morte que é ciumenta e é mulher
Se em caprichou com ele e o levou
Para dormir sempre com ela.