O Homem Povo

Vejo o andar pesado de um povo

Andar humilde que abraça

Anda que figura em todas praças

É água nascente em qualquer poço

Garoto, velho e moço

Grito ardido no peito

Nunca cantares o teu feito

Pois nasceu e morreu povo

De andar na terra estava cansado

Das auroras e dos porvir

Por isso teve que partir

Para o mundo do outro lado

Sinto agora tua falta

Homem povo que foi embora

No andar lento de porvir e auroras

Astro eterno da ribalta.

Henrique Rodrigues Soares - A Natureza das Coisas