Morada
Por quê ter calma
se minha alma estende-se
até a palma da minha mão?
A morte é diária,
hereditária e silenciosa;
a morte é pegajosa
e não se cansa de esperar-nos.
Por quê então cair no
vão dos dedos da
morte sem rosto e deixar
que o gosto do amor
perca-se nesta contramão?
Vivamos o amor presente
no pulsar dos corações
em frenesi!
Que a solidão da morte
permaneça só...
E que o silêncio nunca
encontre morada
em nossos corações.