As cinzas e o vôo

Escrevi ébrio um poema sóbrio,

Só o corpo estava flácido

a alma ereta, rígida.

Feri a métrica, e a estética,

Só o anelo era lúcido,

Faltou tesão à veia, frígida.

Busquei atônito, um sonho anímico.

Fui ao passado ávido,

O presente era sôfrego.

A fuga trágica, ficou insípida,

Teu caminho se fez múltiplo,

E o meu ir, um andar trôpego.

Quisera entender a sorte,

como pode, que de longe acutile,

é como um vôo ficar no chão,

por causa de um vulcão no Chile.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 07/07/2011
Código do texto: T3080916
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