Confissões ao Anoitecer
Chega de palavras profanas
Dançando nas luzes da noite.
Calei a minha voz! Gritei o silêncio.
Num desafio às nuvens desgrenhadas
O crepitar do sol apagou-se num braseiro avermelhado
Onde queimar agora as incertezas?
Onde plantar esta ânsia de te encontrar?
Faltam-me os teus olhos
Incendiados de luz
Como estas lanternas violando a obscuridade.
Confesso…
Só a tua alma desvendaria o segredo
Destes pinheiros esguios
Vestidos de sombras agitadas
Dançando no imaginário adormecer
Dos meus olhos cansados.
Confesso!
Inquietação latente
Um peso de ansiedade
Quando olho em redor
E não adivinho onde nascerá o sol de amanhã.
E se não houver amanhã?
Como vou encontrar-te sem rumo?
Confesso e assumo
Nada sei.