Minha infância...

A noite era fria,

Mas existia tanta companhia,

Papai, mamãe, vovô e vovó

Ao redor da fogueira com alegria.

Tinha quentão e pipoca,

E bolo de fubá,

Mas o engraçado mesmo,

Era ver o santo casamento arranjar.

Quando era criança,

La na vila tinha rojão,

Ainda não era crime,

Soltar um enorme balão.

Os vestidos eram chamativos,

E a trança de cabelo disfarçada,

O sonho das meninas era,

Ser a noiva idolatrada.

Eram três os Santos do mês,

Santo Antônio, São João e São Pedro,

A fogueira queimava a lenha,

Que vinha do forno do padeiro.

Na rua os vizinhos,

Reuniam-se sempre assim,

Mas nas festas juninas era diferente,

Conversavam até chegar o fogo ao fim.

Bons tempos aqueles,

Que a inocência era natural,

As crianças pulavam na fogueira,

Isso era um ritual.

Não tinha gente ruim na rua,

E para a vovó era dado o lugar para sentar,

Afinal a nobre senhorinha,

Estava cansada de trabalhar.

Era bonito para a criança,

Ver o idoso e respeitar,

Não era preciso então,

Leis para isso criar.

Para o papai se pedia a benção,

A mamãe o doce beijo,

Do vovô esconder a traquinagem,

Que a vovó sempre dava um jeito.

Dos tempos de criança,

Tanta coisa hei de lembrar,

Até simpatia para o santo,

Pedi para casar.

Pobrezinho do Antônio,

Muito o fiz sofrer,

Ficou amarrado na árvore,

Até o namorado aparecer.

Hoje vejo meus filhos,

Nas noites frias, sem fantasia

Colocam-se em frente às telas,

Lendo minhas poesias.

Não brincaram na fogueira,

Nem comeram o pinhão,

Não sabem o que significava aquilo,

Que embalava meu coração.

Mas para mim foi importante,

E quero compartilhar,

A alegria da criança,

Na ciranda a cirandar.

Minhas mãos escrevem agora,

O que pede o coração,

A vovó e o vovô foram embora,

Estão com Deus e São João.

Já não vejo mais a fogueira,

E o balão foi proibido a lei diz,

Mas meu sonho ninguém proíbe,

De mostrar minha infância feliz.

As crianças já cresceram,

E adultos já são,

Mas mesmo assim espero um dia,

Mostrar como era meu coração.

Passa o tempo, passa rápido...

Traz suas doces emoções,

Quem de nós não traz na história,

Tão belas sensações...

Helenynha
Enviado por Helenynha em 07/08/2011
Código do texto: T3144730
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.