A ESPERANÇA QUE SE VAI

Sentado na soleira da porta,

olhou o céu.

As estrelas se despediam,

a luz prateada da lua, não tingia o céu.

Um cinza indefinido e sem graça,

como a angústia veloz de seus desejos,

saia de mansinho

para dar lugar ao brilho alaranjado da manhã.

A música que cantava a amada,

ressoa cravada em sua memória.

Afugentou o pensamento.

Desconforto de lembranças.

Conversando com o vento,

contava-lhe os segredos da paixão,

da dor da perda, das lembranças ternas e doces,

da saudade e da solidão,

cravada em seu coração.

Devaneios que queimavam à flor da pele.

aprendeu a amar no escuro de seus medos,

quando repousava o rosto entre os seios da amada,

perfumados de jasmim.

As imagens desaparecem de sua memória,

como um barco na linha do horizonte,

entre o sonho e a realidade.

É triste a dor do abandono,

os dias se passam e com eles a esperança se vai.

Pietra
Enviado por Pietra em 12/12/2006
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