A ESPERANÇA QUE SE VAI
Sentado na soleira da porta,
olhou o céu.
As estrelas se despediam,
a luz prateada da lua, não tingia o céu.
Um cinza indefinido e sem graça,
como a angústia veloz de seus desejos,
saia de mansinho
para dar lugar ao brilho alaranjado da manhã.
A música que cantava a amada,
ressoa cravada em sua memória.
Afugentou o pensamento.
Desconforto de lembranças.
Conversando com o vento,
contava-lhe os segredos da paixão,
da dor da perda, das lembranças ternas e doces,
da saudade e da solidão,
cravada em seu coração.
Devaneios que queimavam à flor da pele.
aprendeu a amar no escuro de seus medos,
quando repousava o rosto entre os seios da amada,
perfumados de jasmim.
As imagens desaparecem de sua memória,
como um barco na linha do horizonte,
entre o sonho e a realidade.
É triste a dor do abandono,
os dias se passam e com eles a esperança se vai.