Minha Casa

Na casa onde tanto tempo vivi

as paredes conhecem-me os pensamentos

e adivinham-me os sentimentos

apenas pelo tom de voz;

o chão onde piso sabe

pelo peso das passadas

se estou alegre ou triste.

Na casa palpitam sonhos,

projetos e fantasias,

realizados ou não;

voz de criança brincando,

chorando ou fazendo birra,

sons de adeuses e bons-dias;

impregna o ar o cheiro

de café recém coado

de comidinha caseira;

ah! o odor da dama-da-noite

faz ser verão o ano inteiro!

As janelas desta casa

abrem-se para o mundo

que entra por suas portas.

Velha casa, casa minha

quantas lembranças encerras

em teu corpo tão antigo,

dos anos que em ti vivi.

Lu Narbot

Do livro Versos ao Longo do Caminho - Campinas, 2004

Lu Narbot
Enviado por Lu Narbot em 29/10/2011
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3305325
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