Minha Rua

Ouço os gritos de minha rua vazia

E sinto na pele de minhas lembranças,

Tudo do que aconteceu nessa via,

Vidas transformadas...doces esperanças.

Vejo os vultos transparentes dos namorados,

Portadores de corações apaixonados.

Uns vingaram...deram frutos.

Outros...maltratados, cada qual pros seus lados.

Jogo de bola, tico-tico e pião,

Nas festas de rua, tudo enfeitado.

Pipoca, balão...fogueira e pinhão,

Alegria das crianças...festa de São João.

Lua abismada...leiteiro de madrugada.

Sol escaldante...vem caxeiro viajante.

Passa a moça toda bela...fofoqueiras na janela.

Vem carteiro lepidante...trazendo notícia distante.

Tardes de cadeiras nas calçadas,

Violão nas noites enluaradas.

Eu compunha versos às namoradas,

Dos corações povoados de fadas.

Ouço os gritos de minha rua vazia.

Não tem mais sonhos que contagia,

Não tem mais festa, nem quermece,

Pra alegrar meu coração que padece.

Grita, rua minha!!!...enquanto choro por ti.

Tudo aconteceu na rua em que vivi

E ela é triste por mim...

Pois também dessa rua...eu parti.

Opus Sewaybricker
Enviado por Opus Sewaybricker em 09/01/2007
Reeditado em 09/01/2007
Código do texto: T340933