A mestria da saudade

Dizem que a saudade não tem morada

Mas ela detém os corações onde habita

Aprisiona lentamente como as mortalhas

Lançadas num céu esmorecido e sozinho

E a saudade surge em cada etapa, cantando

A triste canção da solidão, da perda do vazio

O coração bate lentamente neste embalo triste

Lembrando os tempos de pequena, correndo

Ágil, esperta, cheia de vida, sonhadora e viva

Hoje o dia já tem mais peso e medida, não voa

Apenas passa lento, como a minha jovem saudade

Não choro o tempo que nunca tive saudade, não!

Nem mesmo o que já não posso viver e ter comigo

Lamento o que perdi e não dei o devido valor a isso

O tempo não volta atrás não, eu sei que não volta

As lágrimas não vão saldar as dívidas sentidas

Neste mar da minha saudade, onde eu me afogo

Mas o que a saudade não mata, ela deixa suas marcas

No tempo da impunidade, no tempo dos imortais

E nesta imortalidade, eu vou matar as minhas saudades...

Betimartins

Betimartins
Enviado por Betimartins em 20/01/2012
Código do texto: T3452133
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