Onde está aquela criança?
Quando foi que matei aquela criança?
Aquela criança alegre e brincalhona
Quando deixou de existir?
Quando ela deixou de acreditar na vida?
Por que deixou de sonhar?
Como sumiu aquele herói que mudaria o mundo?
Em que instante se apagou o sorriso de menino?
Por que deixou de gostar de contos de fada,
de dançar na chuva,
de falar com os bichos?
Morreu aquela criança
Aquela criança ingênua e deslumbrada que só queria ser feliz
Aquela criança que não conhecia a palavra impossível...
Em seu lugar apenas uma figura dura e amargurada
Cujos olhos opacos olham sem direção
Cuja face fria revela a descrença total em tudo
Descrença nos homens,
no mundo,
no amor...
Sem sonhos,
sem fantasias,
ocupada demais para um sorriso...
Hipócrita,
corrompida,
reprimida...
Talvez seja apenas a lei da evolução,
onde só os mais fortes sobrevivem
Talvez tenha perdido a inocência pra poder viver neste mundo de feras
Mundo que mutila suas crianças em nome de pessoas maduras e estúpidas