SAUDADE NA ALMA!

E, não há dúvidas, que a saudade tem uma força geradora de

anseios invisíveis, permitindo a nossa alma sentir... A saudade atua assim forte, pois permite, nessa falta que corta atravessado,

gostos variados... A força presente na saudade transborda, transforma, canta na alma, leva e traz milhares de vezes...

A saudade é uma força criadora, avassaladora, e a presença da ausência escancarada nos olhos. A saudade certamente nos permite estes sabores... Seu comparecimento abre caminhos para as almas sonharem em novos espaços, lugares não habituados, que, sem sua presença, permaneceria invisíveis e inabitáveis... A saudade é, assim, transparente no sentido mais profundo que esta palavra possa ter, pois a emoção concedida por ela permite-nos uma reordenação do que vivemos e que merece ser relembrando ou sonhado... Ah, saudade > sua presença é, assim, transfiguradora, mas não por nos deixar sem tino, não por nos tirar noites de sono, não por não amenizar nossas dores diante das faltas. Mas por sentimos algo que entra pela alma e se escancara nos olhos...

Não. A saudade não amortece nossos desejos, ela não ameniza nossos medos frente a angustia de nós mesmos... A saudade com seus, sabores agridoces. E suas insistências, como as das ondas, nos empurra abismo abaixo, ou acima, fazendo-nos olhar nossos próprios olhos e voar, a céu aberto, apontando a direção do vórtice do furacão de nós mesmos, na busca violenta da aprendizagem de ser, de permanecer, de ter o desejo, de pertencer, de criar e ser para não deixar a presença falecer como se não houvesse existido.

E a saudade parece mesmo habitar lugares na alma intocáveis, parece nos tocar no intimo, onde mora nossas emoções mais irrefletidas, colocando-nos em contato com o desassossego das faltas que permanecem abraçando nossos corações e almas.

A saudade não teme nossa dor, não teme nosso sofrimento. A saudade é livre... A saudade não tem nojo da dor. A saudade também é muitas vezes, se transforma em poemas. Para que te servem a saudade? Para te fazer desejar a presença ? para ser a tua companhia quando não há mais ninguém¿ Para te leva além?

Para que serve a saudade que precisamos tanto?

A saudade enraizada em sua mais resistente permanência na alma em seu discurso de olhos serenos, em sua solitária e dolorosa busca, adquire, então, o verdadeiro código de comparecimento, de uma emoção atemporal na vida. É esta mesma saudade que se estende no decorrer da vida. O sabor de olhar não está nos olhos. Os olhos têm saberes que se tornam íntimos da saudade > quando dentro dela. O desejo de se fazer sentir saudade não se encontra no mundo, nas coisas, fora de nós, mas sim, no encontro do sentir e no desencontro dos olhos, dos cheiros, dos corpos e das eternas sensações dos abraços. Os sinais entre o olhar com saudade e a saudades nos olhos se encontram com uma força soberana.

A existência, absolutamente singular e original, da saudade arde... Quando é intensa a solidão. A presença da saudade não facilita nosso caminho, só nos incita a percorrê-lo.

Pois a solidão está misturada à nossa essência. E a saudade está vivendo na Alma... Por que em muitas vezes sentimos saudade do que nunca vivemos¿ Esta procura não pode contar com o entendimento habitual, mediado pelos saberes externos que adotamos como nossos; ela é mais o resultado de um sentir, de um não saber, de um ofuscamento frente às nossas convenções de que sabemos tudo, frente às leis que nós mesmos erigimos para domesticar nosso ser no mundo. A saudade é livre e suas asas nos abraçam com força...

Para saudade não há fronteiras, portanto, não há como evitar, não há uma verdade escondida a ser desenterrada. Mas um sentir com a alma que se transforma através dos tempos em uma vida. A proposta da saudade é da presença , ou melhor, de um encontro, de um entregar-se de almas e corpos e sentir a argúcia da fantástica sensação presentes no momento da vida, que nós, alivia a dor da falta que se apresenta respirando.

A saudade pede de nós esta ternura pelo encontro, busca encontrar sempre em prolongado tempo, onde a presença entre eu e o outro possa sempre se dar. Pois a falta , para a saudade , é inaugural > Deseja ainda mais: renascer sempre, viver tudo que sonhar, tudo o que estiver de viver, e inaugurar-se num olhar que se acha, no novo onde todo encontro desejado se abre como uma dama da noite durante a madrugada. Sua exigência, então, é de uma presença de contato, de compromisso, em que a sensação, em seu estado originário, é o vínculo:

A saudade se apresenta, assim, como sinal de nossa capacidade de sentir, a saudade nos oferece a possibilidades de luta, de resistência, de perseverança e busca... a saudade nos oferece companhia ao esperar aquele olhar que só pode ser o mesmo, aquele olhar dos sonhos que, pela intensidade das luzes nos desatina desejo da presença , deslumbra nossos olhos, no lugar de nos permitir a cegueira .

A saudade defende com sua própria força a essência do desejo abrindo espaços nos caminhos solitários, despertando coragem, de ir ao encontro de almas da mesma forma, desta busca vertiginosa da própria saudade e da falta, que aparece no óbvio, nos sonhos, num saber das impossibilidades que nos tornam eternos exploradores da solidão, dos sonhos, dos desejos e do entendimento nunca isolado. Estou com muito sono, mas a saudade que sinto nunca irá dormir. Isso é fato sentido.

E... Desculpes-me os erros... Eu ainda estou aprendendo a escrever... Talvez nunca aprenda como desejo. Mas me atrevo vez ou outra. É isso....

O sono me chama, mas não posso dormir. Entre a saudade há tonto mais.

Bia Lira
Enviado por Bia Lira em 01/05/2012
Código do texto: T3643688
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