FRUTA AMARGA

Como enfrentar a realidade dura desta vida

Com a alma sanguinolenta, duramente ferida

Pela ausência imensa, e intensamente sentida,

Da minha Esperança, esta amiga querida?

Já tentei furtar do Sol seu esplendor

Para preencher este vazio cheio de dor,

E resgatar meus passos do destino

De abraçar, para sempre, a solidão,

Mas foi um desvario em vão,

Um desespero, um desatino!

Antes fosse eu uma tímida estrela,

E fosse ela um grandioso oceano,

Assim meus olhos, mesmo distantes,

Poderiam consolar-me, na vertigem, ao vê-la,

Quando soasse o alarme da saudade nos instantes

Infinitos destas longas e claras noites do ano!

Porque, para mim, amá-la significa viver,

E caminhar sem ela é o mesmo que me perder.

Esta lágrima ardente que por agora verto

Ainda há de traduzir somente felicidade,

E este coração triste que por ora sente aperto

Um dia há de bater no ritmo alegre da eternidade.

Que fruta amarga provei por dentro quando abri a porta,

E deparei a certeza de que minha Esperança jazia morta!

Bem sei que nossos caminhos cruzar-se-ão no paraíso,

Mas dói-me a falta dos seus carinhos e do seu sorriso!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 03/06/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3702813
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.