INVERNO
O sol vem acordando num fria manhã de inverno,
Como suas tristes gotas de orvalho,
De uma noite de frio severo.
Em gelo de brilho espelhado.
As flores se remexem esperando o calor,
Exalando aquele velho aroma matinal.
Agridoce fragrância saudosa.
Como se aguardasse com paixão a primavera.
As árvores deixam suas lágrimas da madrugada
Caírem em melancólica sintonia
É como se o frio as tomassem
De maneira arrebatadora e apaixonante.
Uma extrema beleza vinda de noites longas.
Um canto silencioso, quieto de muito amor.
Todo o jardim se acalma... se aconchega,
Como se a morte fosse eminente.
Os pássaros admirados permanecem a olhar,
Toda natureza mudando de verde vivo,
Ao cinza, frio e avassalador...
A paisagem torna-se uma antiga lembrança de amor.
E é tudo tão lindo, congelado no tempo,
Formando uma foto do mais estranho amor.
Tudo gira lentamente, noites longas; dias curtos.
Como o vento sombrio de inverno.
E no fundo desse jardim insondável,
De tamanha beleza inefável.
Floresce uma única flor solitária...
A flor carmim de um inverno de amor.