Crime permitido
Pensando bem, sou uma assassina.
Porque muitas vezes matei a saudade
Cheguei até a fazer uma chacina
E nunca escondi essa verdade
Matar a saudade é um homicídio permitido
Que não gera júri popular
Só você mesmo a se condenar
A clausura do crime não cometido
Mata-la nem remorso causa
Muito menos comoções alheias
É um crime quase perfeito
Não cometê-lo é longa pausa
No sangue de nossas veias
E ao coração causa defeito