Rimance do tempo amarelecido
Há um tempo amarelecido
No sorriso inofensivo dos peixes.
Tempo de muros e abismos
Tempo errabundo de erros
Tempo moroso confuso
Tempo de feroz ganância
Tempo dos deuses estrangeiros.
Tempo demasiado frio
Para albergar o calor das tempestades.
Tempo suspenso na perplexidade dos instantes
Do amor que se multiplica no espanto
Da luz matina do sol
A emergir no país apodrecido
Onde estar vivo é um sonho obscuro
Cidade da Horta, Fevereiro, 2007