A saudade é o que faz as coisas pararem
no Tempo. ( Mário Quintana)



A saudade que me doía no peito
E que me fazia as lágrimas rolarem na face
Arrefeceu um pouco com sua presença
Que sempre me resgata o brilho dos olhos
No momento que seus braços
Me prendem num doce enlace
E suas mãos me acariciam suavemente
despertando do seu jeito
Tão sedutor e terno
Toda a amorosidade que há em mim


Sempre foi assim a nossa história
A entrega se fez presente
desde o primeiro instante
O tempo parava
E somente a emoção se resvalava
Por toda a nossa geografia
Ah! Quem pode se entregar
Se deliciar no mel do amor
E não conhecer a saudade?


“A saudade faz as coisas pararem no tempo”
O que foi vivido sob a égide do amor
Se eterniza
Se torna indelével
Vira tatuagem na alma
Invisível a todos e tão vívida
A quem a traz consigo


Mas se existe a “saudade matadeira”
Existe também a redentora
A que faz o choro brotar nos olhos
Mas limpa a alma
Aduba o coração
E provoca a mudança


A saudade não paralisa
Não endurece
Não amesquinha


Pode sentir saudade
um coração empedernido?
Pode quem nunca amou
Se esconder num cantinho
Chorar de mansinho
E logo depois sorrir docemente
E chegar até a falar sozinho?


Pode não!

Então a razão de minha saudade
Me veio novamente à noitinha
Com outras intenções no olhar
Mas veio...

E o carinho surgiu facilmente
Os beijos aconteceram envolventes
Como os abraços macios
que adornaram toda a noite
E a ausência desta vez tão prolongada
Que chegou a doer como açoite
Se transformou numa presença linda
Que ainda
Nos conduz ao êxtase


E a saudade adormece
Quando você vem
Para ser minha “meiga senhorita”
A me acompanhar como amiga inseparável
Até que você me venha novamente
à tardinha
Ao amanhecer
Ou num raio de luar